2004 - Maria Helena da Rocha Pereira

Catedrática jubilada da Universidade de Coimbra, Maria Helena da Rocha Pereira desenvolveu ao longo da sua carreira uma intensa actividade pedagógica e científica nas áreas da cultura clássica greco-latina, cultura portuguesa e latim medieval. Foi a primeira mulher catedrática da Universidade de Coimbra, tendo ensinado ao longo de 40 anos e publicado mais de 300 trabalhos, entre ensaios e traduções. Jubilada desde 1995, a especialista em culturas grega e latina, não abandonou a vida académica, continuando a orientar mestrados, a fazer conferências, a estudar e a escrever, estando ligada a trabalhos como a tradução completa da "Ilíada" de Homero.

“Gostaria de agradecer a distinção que acabo de receber, não apenas como prémio a uma vida de estudo – que escassamente poderia merecer – mas como expressão de apreço por altos valores culturais que nos devem ser caros a todos.
Primeiramente, por se destinar a distinguir o ensaio como uma actividade intelectual que eleva uma sociedade, com base numa reflexão fundamentada, serena e objectiva, que não lhe é menos necessária do que o tão apregoado labor científico e técnico, de que também carecemos. Que tenha sido dado como patrono a este galardão o nome prestigioso entre todos de Eduardo Lourenço, meu colega e amigo desde os tempos conimbricenses, é outra mais valia deste acto. Mas há outros factos que merecem ser exaltados neste já tão promissor Centro de Estudos Ibéricos, acolhido na mais alta cidade portuguesa, sob o patrocínio das duas mais antigas Universidades da Península, que daqui são quase equidistantes.”

Maria Helena da Rocha Pereira [2005] - Revista Iberografias nº 1, CEI, Guarda, pp. 79.

“Maria Helena da Rocha Pereira é uma figura de grandeza nacional e internacional, com uma trajectória ímpar, que disseminou os seus conhecimentos por vários continentes e continua a desenvolver uma grande actividade, de forma surpreendente, sempre numa atitude de jovem pensadora do futuro. Por isso, atribuir o primeiro prémio a alguém que cultiva a cultura clássica é reconhecer as raízes do iberismo, é homenagear a fonte, a matriz daquilo que é hoje Portugal e Espanha. E isso é, simultaneamente, um sinal de humildade e grandeza”.

Veiga Simão [2005] - Revista Iberografias nº 1, CEI, Guarda, pp. 73.