Projetos selecionados - 2021

O Júri do Prémio CEI-IIT Investigação, Inovação e Território 2021 deliberou distinguir os seguintes projetos:

Modalidade 1 - Investigação: “Territórios e sociedades em tempo de mudança”

“Jovens que regressam: motivações para voltar e investir as suas vidas em regiões de baixa densidade após formação no Ensino Superior” - Sofia Marques da Silva (Docente/Investigadora Universidade do Porto);

Modalidade 2 - Projetos e iniciativas inovadoras: “Inovação em territórios de baixa densidade”

“Inovação em territórios de baixa densidade”, o projeto: “Rural (Soft) Landing – Criação de comunidades de acolhimento a trabalhadores remotos em territórios de baixa densidade” - João Almeida (Bolseiro de Doutoramento - Fundação para a Ciência e Tecnologia).


“Jovens que regressam: motivações para voltar e investir as suas vidas em regiões de baixa densidade após formação no Ensino Superior” - Sofia Marques

O projeto tem como objetivo estudar o racional que preside à decisão de jovens formados no Ensino Superior regressarem às suas regiões de origem.

As regiões do interior rural em Portugal Continental são reconhecidas como lugares com disparidades estruturais no que diz respeito ao crescimento económico, desemprego, elevada migração interna, menor mobilidade, e escassez de oportunidades sociais, de trabalho e educacionais (Silva, 2014; Sampaio e Silva, 2021). O efeito material do espaço manifesta-se, muitas vezes, em desvantagens combinadas que têm um particular impacto nas experiências, biografias e escolhas de jovens, não obstante alguns esforços compensatórios de diferentes níveis de governança e o desenvolvimento de políticas “walk-the-line” que procuram investir na educação dos seus jovens, com claros riscos de os perder, ao mesmo tempo que desenvolvem estratégias de manutenção de laços de pertença dos que saem para estudar (Silva et al., 2021). De facto, pesquisas anteriores revelaram como nestas regiões o investimento na educação significa sair tendo este fenómeno sido cunhado na literatura com a designação de “imperativo da mobilidade” (Farrugia, 2016), o que tem originado perdas populacionais e, consequentemente, de capital humano. Apesar deste ser o itinerário mais frequente, e até esperado, (Cairns, 2014, 2016) há sinais de fenómenos de retorno de jovens para as suas regiões consideradas tradicionalmente menos atrativas (Silva et al., 2021).

Espera-se com este estudo exploratório poder (i) conhecer melhor o que leva jovens que tiveram experiência de estudar no Ensino Superior em zonas centrais e urbanas a regressarem às suas regiões de origem; (ii) estudar o modo como quem regressa organiza as suas vidas (trabalho, família, lazer, etc.), identificando prioridades e estratégias organizadoras dos seus investimentos, bem como recursos e ferramentas que mobilizam; estudar como os movimentos de regresso podem constituir impulsos para novas formas de desenvolvimento regional.


“Inovação em territórios de baixa densidade”, o projeto: “Rural (Soft) Landing – Criação de comunidades de acolhimento a trabalhadores remotos em territórios de baixa densidade” - João Almeida

O projeto pretende colmatar esta lacuna de comunidades dinâmicas e preparadas para receber um público-alvo com características específicas, como são os trabalhadores remotos e nómadas.

A Rural Move é uma associação sem fins lucrativos, fundada durante a pandemia da Covid-19, em 2020, que promove a regeneração dos territórios rurais de Portugal, em particular dos territórios de baixa densidade.

Nesse sentido, através do desenvolvimento de novas tecnologias e de inovadoras estratégias colaborativas, a Rural Move promove atividades e ações que visam atrair e fixar população nesses frágeis territórios.

Aproveitando a tendência crescente de trabalho remoto ou teletrabalho, essencialmente provocada pela pandemia da Covid-19, a Rural Move tem encarado esse público-alvo como uma forma de combater o despovoamento dos territórios de baixa densidade de Portugal.

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